Exposição de Francisco Tropa para ver a partir de 11 de maio em Serralves | Fundação EDP

Exposição de Francisco Tropa para ver a partir de 11 de maio em Serralves

Francisco Tropa – MO-TE

08 NOV 2024 - 11 MAI 2025

Museu de Serralves, Porto

Exposição Francisco Tropa

A Fundação de Serralves apresenta a maior exposição monográfica de Francisco Tropa alguma vez mostrada numa instituição portuguesa. MO-TE será inaugurada a 7 de novembro e vai estar patente de 8 de novembro até 11 de maio de 2025.

Autor de uma obra complexa, que combina de forma surpreendente um amplo leque de meios (escultura, desenho, performance, gravura, fotografia e filme) e referências (em que se destacam figuras dos mundos antigo e moderno, oriundas da arte, da ciência e da literatura), Francisco Tropa (Lisboa, 1968) construiu nos últimos 30 anos um universo muito próprio em que se evidenciam uma série de reflexões alimentadas por diferentes tradições da escultura, da literatura e da mitologia. Estas reflexões centram-se frequentemente em questões metafísicas e temas antropológicos e filosóficos, nomeadamente sobre a natureza, a origem e a finalidade da arte e do ato criativo.

A exposição MO-TE, organizada pelo Museu de Serralves, é comissariada por Ricardo Nicolau, organizada em colaboração com o Nouveau Musée National de Monaco, que apresenta, simultaneamente, outra vertente da obra de Francisco Tropa, e conta com o apoio da Fundação EDP. Este ano, a Fundação EDP apresentou no MAAT Gallery Três Moscasuma exposição coletiva de André Maranha, Francisco Tropa, Jorge Queiroz e Pedro Morais. 

A exposição não pretende ser uma retrospetiva, apesar de se organizar em torno de projetos do artista realizados em cada década do seu percurso. MO-TE, que se apresenta nas Galerias do Museu e no Mezanino da Biblioteca de Serralves, articula-se, como vimos, em torno de três projetos principais: os “protótipos” maioritariamente produzidos nos anos 1990 e início dos anos 2000 e entendidos como momentos fundamentais da sua prática, apresentados no mezanino da Biblioteca de Serralves; A Assembleia de Euclides, que o manteve ocupado durante grande parte dos anos 2000; e O Enigma de RM, o seu trabalho mais recente.

 

Reconhecendo a importância do caráter performativo da prática de Francisco Tropa, as peças A Marca do Seio e O Transe do Ciclista serão ativadas todas as terças-feiras (16h00), quintas-feiras (11h00), sextas-feiras (11h00) e sábados (16h00) durante todo o período da exposição. 

Além disso, durante o fim-de-semana de 9 e 10 de novembro, apresentar-se-á um programa de performances concebido pelo Serviço de Artes Performativas de Serralves em estreita colaboração com o artista que ocupará vários espaços do Museu, nomeadamente o Auditório e o Átrio. 

Esta “maratona” de atividades contempla ainda uma conversa na Biblioteca de Serralves (dia 9, pelas 11h) em que Francisco Tropa, Ricardo Nicolau (curador da exposição), Célia Bernasconi (curadora da exposição de Francisco Tropa no Nouveau Musée National de Monaco), Simone Menegoi (ensaísta, intérprete de longa data do trabalho de Francisco Tropa, autor de vários textos para o catálogo da exposição que analisam determinados projetos em profundidade) e Kathleen Campagnolo (responsável pela gestão do arquivo de Francisco Tropa durante a preparação da exposição e  pela escrita de textos que descrevem a maioria dos trabalhos que surgem no livro) discutirão a prática do artista, e as perspetivas que terão orientado a conceção das exposições no Porto e no Mónaco. 

Estudou na Escola António Arroio, em Lisboa, de 1983 a 1986, e completou o plano de estudos no Ar.Co., onde é professor no Departamento de Escultura desde 1996. Desta mesma instituição foi bolseiro no Royal Colege of Arts de Londres (1992) e, entre 1995-1996, foi bolseiro da Fundação Alfred Topfel na Kunstakademie, Münster. Entre os prémios que recebeu encontram-se o Prémio Amstelveen (1997) e o Prémio de Desenho da Bienal das Caldas da Rainha (1998). 

Desde o início da sua carreira, no princípio da década de 1990, a escultura tem sido um elemento central no percurso artístico de Francisco Tropa, atraindo atenção significativa por parte de instituições e críticos. Representou Portugal na Bienal de Veneza em 2011 e participou em eventos de renome internacional, como a Bienal de Rennes (2012), a Bienal de Istambul (2011), a Manifesta (2000), e as bienais de Melbourne e São Paulo (ambas em 1999).

O seu trabalho recorre a múltiplos meios — escultura, desenho, performance, fotografia e filme — para explorar temas fundamentais da escultura, incluindo o corpo, a morte, a natureza, a paisagem, a memória, a origem e o tempo.

11 Nov 2024